domingo, 20 de março de 2016

Uma noite e nada mais.

Não me olhe desse jeito, você me assusta. Assim eu penso em voz alta. Seus olhos já me convidam para uma aventura que talvez não tenha volta. Sua boca através de um breve sorriso, me alerta sobre o perigo que é conhecer todas as possibilidades. Eu continuo parado enquanto alguns amigos ainda tentam me convencer de ir ao bar pegar mais uma bebida. Sem chance! Respondo com aquela cara de quem sabe o que quer, e agora eu quero você.

Seu olhar me convida a navegar mais perto e a cada passo que eu dava o frio na barriga aumentava, a minha mão transpirava e a vontade de você já estava mais do que me dominando. Na altura do campeonato eu estava entregue e doido pra fazer dar certo mesmo que pela última vez.
Um passo ou talvez dois nos separam agora e eu não consigo me lembrar de ter sentido isso antes. Mais um passo e pronto já posso sentir sua respiração, seu corpo perto do meu e seus olhos (a esses olhos) só não são mais famintos do que a sua boca, que agora procura a minha como se fosse boa o suficiente pra poder comer.

A sua mão passeia pelo meu corpo como um bandeirante em busca de ouro e isso me deixa mais perto de entregar tudo o que eu tenho pra você. Eu te arrasto para o canto mais escuro enquanto sua boca procura mais coisas a explorar. Você tem sede de mais vontade, e eu tenho à vontade em minhas mãos. 

  

sábado, 5 de março de 2016

Quando a solidão bate

Você pode ler esse texto ouvindo: Norah Jones - Don't Know Why

Como eu já disse em outro texto, esses dias tenho experimentado o que eu não sentia há um bom tempo. Pela primeira vez em três anos me vejo livre e sem a real necessidade de estar atrás de alguém implorando pela reciprocidade de um amor ou carinho que só eu sinto e ligo.

Sexo casual não é algo tão complicado de conseguir, ainda mais quando você já tem uma lista de "peguetes" ou pessoas que você já tenha ficado casualmente e que acaba te aliviando em momentos de necessidades simplórias que é estar em contato mais íntimo com alguém. 
Depois de passar alguns anos da minha vida sofrendo por pessoas que entravam em minha vida sem a certeza do que realmente queria, acabei aprendendo a me virar e a me resguardar. Hoje não é qualquer um que consegue me arrancar aquele frio na barriga ou aquele batimento cardíaco acelerado juntamente com um suor frio. Já não é tão fácil entrar assim nessa montanha russa. 

Não vou negar que às vezes bate aquela solidão e uma vontade de sair em busca de algum amor perdido ou aquele amor que os filmes insistem em passar, mas logo lembro que isso deve ser uma consequência e não uma necessidade. Tento sempre me policiar e lembrar que o amor vem para os distraídos, pois quem não se distrai sofre por antecipação.

Então quando a solidão bate na minha porta eu acabo deixando ela entrar. Sirvo um café e dou um abraço. Tento fazer dela uma boa companhia, pois sei que é mais fácil lidar com ela a solidão, do que ter que lidar com qualquer um.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Superar é a palavra

Costumo escrever bastante sobre superação, sonhos, amores e principalmente sobre a saudade. Infelizmente a saudade é a principal dor que o coração pode sentir, é a dor que não tem remédio ou cura rápida só é possível acalmar a saudade com o tempo. Eu digo infelizmente porque é algo que dói e principalmente te machuca todos os dias até que ela passe ou se torne menor. Ou melhor falando, superar.

Conversando com um leitor do blog e também amigo, eu pude perceber que a dor de perder alguém ou a interrupção de uma história segue sendo uma das coisas mais difíceis de se lidar. Ele estava me pedindo concelhos para saber o que fazer com um amigo que estava tentando superar o fim de um relacionamento, mas me vi totalmente impotente ao descobrir que ele (meu amigo) também já havia passado por um tipo de termino bem pior, um termino que não permite voltas. Ele acabou me contando que a única pessoa que ele amou morreu uma semana depois de o ter pedido em casamento em um trágico acidente de carro. Nesse momento me vi sem palavras, mas com os olhos cheios de lágrimas pelo o que ele acabava de contar.

Fiquei horas pensando e tentando imaginar como deve ser superar a saudade de um amor que morreu. Como deve ser acordar e imaginar o que poderia ser, ou o que poderia não ser. É nessas horas que o talvez ou o e por talvez aparece, grita e sacode uma vida inteira. Já passei por algumas decepções, mas nada se compara a essa dor.

Então com esse texto eu quero te alertar que querendo ou não tudo um dia acaba. A vida é algo que não podemos prever, uma hora estamos aqui, outra já não estamos mais. Aquela famosa frase que diz "viva como se fosse o último dia" nunca fez tanto sentido como agora. Se está namorando e principalmente estão bem, aproveitem cada dia. Se está passando por um término, tente descobrir agora se acaba por aqui ou se ainda resta chances a se tentar. Se não há chances, sinto muito sei como dói, mas sei mais ainda que não vale a pena insistir. 

O nosso tempo é muito curto pra ficar perdendo com quem acha que tem uma vida inteira. Quem acha que é imortal. Saiba entregar amor para quem quer receber e principalmente saiba dar asas a quem junto com você quer voar.